Divaldo Franco

Ontem estava no meio de uma crônica quando fui surpreendido pela notícia de que Pepe Mujica, um dos maiores líderes da atualidade havia falecido.

Parei o que estava escrevendo, e me dediquei a fazer uma homenagem a um dos últimos líderes que realmente trabalhou para um mundo mais justo e igual.

Fui dormir cedo. E hoje acordei com a notícia de que havia desencarnado, também no dia de ontem, um pouco mais tarde, Divaldo Franco. A maior liderança espírita da atualidade.

Confesso que divergia do Divaldo no campo das ideias políticas, mas tinha por ele uma admiração inenarrável em relação a toda sua obra dentro do espiritismo.

A mansão do caminho foi o seu grande legado

Ainda cedo, Divaldo começou a psicografar. Escreveu centenas de obras em parceria com Joana D’Angellis e deixou um legado para o espiritismo.

Todo o valor arrecadado pelas suas obras foi usado para construir A Mansão do Caminho, sua maior obra assistencial que atende milhares de pessoas todos os dias.

Hoje, a Mansão do Caminho é uma escola espírita que ensina os valores cristãos para seus alunos, além de trazer o conforto que a doutrina nos proporciona.

Enveredei cedo pelo espiritismo. Meus avós maternos eram espíritas, e ainda adolescente comecei a ler livros de vários autores.

À época, o que me levou a me tornar espírita foi a lógica

Eu acreditava que existia algo depois da morte. E isso me impedia de ser ateu. Porém, eu também não achava justo as desigualdades do mundo.

Por que uns nascem milionários e outros muito pobres? Por que alguns morrem tão tarde e outros tão precocemente? Como alguém que viveu 98 anos tem o mesmo peso de julgamento para entrar no céu em comparação com alguém que viveu 5 anos?

Como alguém filho de traficantes nascido no meio da favela consegue trilhar o caminho do bem igual alguém que nasce em uma família estruturada?

Se Deus existisse, e essa vida fosse única, Ele seria sádico e cruel. E foi exatamente assim que eu pensei até conhecer a Doutrina Espírita e me aprofundar nela.

Desde então mudei a forma de ver o mundo

A reencarnação me trouxe a lógica que eu precisava. Ampliando os horizontes e acreditando que vivemos várias vidas, Deus deixa de ser cruel para ser generoso.

Nos dá a oportunidade de renascer nas mais variadas camadas sociais para testar nossa humildade, caridade, benevolência e capacidade de amar ao próximo.

Assim explica-se as desigualdades sociais, intelectuais e biológicas da humanidade. Assim explica-se porque há tantas diferenças ainda em nosso mundo.

E também nos mostra como podemos usar o livre-arbítrio

Somos os semeadores do nosso destino. Podemos semear o bem ou o mal. No entanto, toda a colheita do que semeamos será obrigatória. Seja nessa vida ou na próxima.

E encarnação após encarnação vamos nos evoluindo. E foi isso que líderes como Divaldo Franco nos ensinaram. Viveram sem luxo. Sem extravagância. Mas deixaram um legado que vai ficar para sempre aqui na Terra.

Hoje a Mansão do Caminho acorda mais triste. Mas com a certeza de que o trabalho foi cumprido e que Divaldo retorna mais leve ao plano espiritual.

De lá nos ajudará com sua intuição. E quem sabe um dia, poderá retornar a um mundo menos desigual, onde a justiça social já será uma realidade.

Vá em paz grande mestre e mentor. Até breve Tio Di!

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