O famoso churrasco de domingo é quase uma paixão nacional. Afinal, quem é que não gosta de uma costela suculenta, ou uma picanha sangrando?

Pois é… o grande problema é onde começa esse saboroso churrasco.

De acordo com o relatório SEEG que analisou as emissões de gases de efeito estufa e suas implicações para as metas climáticas do Brasil, só em 2022, o setor agropecuário foi responsável por 27% das emissões brutas de GEE no país.

Sabe quanto isso totalizou?

Aproximadamente 617 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Desse total, a pecuária responde por 80%, com destaque para a fermentação entérica, que é a digestão dos ruminantes.

A nível global, a agropecuária contribui com aproximadamente 12% das emissões antropogênicas globais dos Gases do Efeito Estufa, de acordo com relatório da FAO, elaborado pela Organização das Nações Unidas.

Se tem quem se torna vegano por amor aos animais, deveria ter também quem considera-se a diminuição de carne por amor ao planeta.

Ou melhor, para que a espécie humana possa continuar habitando o nosso mundo por mais algumas gerações.

Até porque do jeito que está, não há planeta Terra que aguente.

E o desmatamento dos nossos biomas está aí para comprovar isso. Recentemente tivemos uma notícia promissora, de que o desmatamento caiu 32,4% no Brasil em 2024.

Mas…

Esses dados ocultam o crescimento da degradação. Aquela em que não há o desmatamento para plantio, mas há a queimada ilegal e por aí vai.

E o que esse desmatamento tem a ver com o meu churrasco? Tudo.

Cerca de 85% do desmatamento registrado no Brasil nas últimas décadas ocorreu para abrir espaço para pastagens destinada à pecuária.

Então é bom saber que a preparação para aquele churrasquinho inofensivo, começa com a derrubada das florestas.

Ah, e só pra saber, o planeta ainda está em pé, porque a população de muitos países não têm acesso a abundância de carne que temos aqui.

Se todos habitantes do planeta resolvessem adotar hoje o mesmo padrão de consumo de carne que os brasileiros, seriam necessários aproximadamente 1,6 planetas Terra.

O que isso quer dizer José?

Que nem eu e nem você estaríamos aqui agora. Em outras palavras, estaríamos torradinhos igual o gado suculento na churrasqueira de domingo.

E olha que aqui estou colocando o consumo médio do brasileiro, tá? Se considerarmos o consumo do paulista, que é um dos estados que mais consome carne, aí precisaríamos de 2,5 planetas para nos sustentar.

Portanto, chegou a hora de repensar a nossa alimentação. Seja por conscientização de que não devemos comer nossos semelhantes, ainda que sejam de outras espécies, seja para não acabar com o planeta nos próximos anos.

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